Azarão: filme americano sobre Jair Bolsonaro inicia filmagens em São Paulo
O que acontece quando a política brasileira cruza as fronteiras de Hollywood? É exatamente isso que está em curso com O Azarão (Dark Horse, no título original), um filme americano que promete retratar Jair Bolsonaro sob uma lente heroica.
As filmagens começaram nesta semana em São Paulo e já movimentam o debate político e cultural, tanto no Brasil quanto no exterior.
Neste artigo, você vai entender quem está por trás do projeto, o que o roteiro revela e por que o longa já é considerado uma das produções mais controversas do ano.
As filmagens de Azarão começam em São Paulo
As gravações de O Azarão tiveram início na capital paulista, com a primeira locação sendo o Hospital Indianópolis, na zona sul de São Paulo. A escolha do local não é por acaso, é ali que o roteiro ambienta cenas relacionadas ao atentado a faca sofrido por Bolsonaro em 2018, durante a campanha presidencial.
A produção, que mistura drama político e narrativa biográfica, tem despertado curiosidade e controvérsia antes mesmo de divulgar imagens oficiais.
Baseado em texto de Mario Frias
O filme tem origem em um texto do ex-secretário de Cultura Mario Frias, intitulado Capitão do Povo. O material, segundo a Folha de S. Paulo, é creditado como história real e serve de base para o roteiro, apresentando um tom fortemente elogioso e idealizado sobre o ex-presidente.
Frias, que durante o governo Bolsonaro defendeu a retomada dos valores patrióticos na cultura, agora vê sua narrativa ganhar escala internacional.
Enredo com tom panfletário e narrativa heroica
De acordo com o roteiro obtido pela imprensa, Azarão descreve Bolsonaro como um personagem resiliente e íntegro, frequentemente colocado em posição de mártir político.
Trechos do texto incluem diálogos idealizados e instruções de cena que reforçam essa visão. Em uma passagem, uma jornalista diz: “Eu conheço homens como você. Você não é um homem mau.” E o personagem responde: “Obrigado.”
O tom panfletário é acentuado em passagens que contrastam o ex-presidente com seus opositores. Em uma das instruções visuais, o roteiro pede a exibição da frase: “Em cores vibrantes: A ascensão de LULA DA SILVA, um membro de extrema esquerda do Partido do Governo.”
Elenco mistura nomes brasileiros e estrangeiros
| O Azarão: filme sobre Jair Bolsonaro começa a ser filmado em SP |
O elenco de Azarão chama atenção pela mistura de atores americanos e latino-americanos. O americano Edward Finlay (Batalhão 6888) interpreta Eduardo Bolsonaro, enquanto Sergio Barreto (A Oficina do Diabo) dá vida a Carlos Bolsonaro.
O papel de Flávio Bolsonaro ficou com o ator gaúcho Marcus Ornellas, conhecido por sua carreira em novelas mexicanas.
O nome do intérprete de Jair Bolsonaro, no entanto, permanece em segredo, alimentando especulações nas redes sociais.
Produção associada ao sucesso conservador Som da Liberdade
Fontes ouvidas pela Folha de S. Paulo apontam que o filme é produzido por Eduardo Verástegui, o mesmo responsável por Som da Liberdade (2023), um fenômeno de bilheteria entre o público conservador nos Estados Unidos.
O envolvimento de Verástegui reforça a ligação de O Azarão com o cinema de viés ideológico e religioso que tem ganhado força nos últimos anos em Hollywood.
Direção de Cyrus Nowrasteh: especialista em dramas religiosos e políticos
A direção é assinada por Cyrus Nowrasteh, cineasta americano de origem iraniana conhecido por obras como O Apedrejamento de Soraya M. (2008) e O Jovem Messias (2016).
Nowrasteh é conhecido por seu estilo direto e por abordar temas de fé, moral e política com uma ótica conservadora, o que o torna uma escolha coerente com o tom de O Azarão.
Por que o título Azarão?
O termo O Azarão (em inglês, Dark Horse) remete a alguém que vence contra todas as expectativas. No contexto político, o título sugere a trajetória de Bolsonaro como um outsider que chegou ao poder após enfrentar resistência e descrença.
A metáfora reforça o discurso do filme de que o ex-presidente teria superado adversidades e “forças contrárias” para alcançar a vitória.
Filmagens no Brasil e nos Estados Unidos
Embora as primeiras cenas estejam sendo rodadas em São Paulo, a produção também prevê locações nos Estados Unidos e possivelmente na Flórida, onde Bolsonaro passou parte de seu período pós-presidência.
A escolha de cenários brasileiros e americanos reforça o caráter internacional do projeto, que pretende atingir tanto o público latino quanto o conservador norte-americano.
Expectativa e reação pública
Desde o anúncio, O Azarão tem gerado reações polarizadas. Para apoiadores do ex-presidente, o longa é visto como uma oportunidade de retratar sua trajetória de maneira positiva e heroica.
Já críticos enxergam o projeto como uma tentativa de reescrever eventos recentes da história brasileira sob uma ótica ideológica.
As redes sociais refletem esse embate, com debates acalorados sobre liberdade artística, revisionismo e propaganda política.
Comparações com outras produções políticas
O lançamento de O Azarão remete a outros filmes politicamente engajados produzidos nos Estados Unidos, como American Sniper e O Som da Liberdade. Ambos alcançaram sucesso de público ao explorar temas patrióticos e conservadores.
A estratégia parece semelhante: usar o cinema como ferramenta de influência cultural, especialmente em tempos de forte polarização política.
Possível estreia e distribuição
Embora ainda não exista uma data oficial de lançamento, especula-se que Azarão tenha sua estreia planejada para 2026, ano das próximas eleições presidenciais no Brasil. Caso se confirme, o timing poderá aumentar o impacto político e midiático da obra.
A distribuição deve ficar a cargo de plataformas e circuitos alternativos alinhados ao público conservador, como aconteceu com Som da Liberdade.
Mario Frias e o projeto cultural bolsonarista
Mario Frias, que idealizou a história original, sempre defendeu a criação de obras que exaltassem figuras e valores patrióticos. Em entrevistas passadas, ele afirmou que a esquerda domina a narrativa cultural e que era preciso equilibrar o jogo.
O Azarão parece materializar essa intenção, unindo capital estrangeiro e discurso nacionalista em um mesmo pacote cinematográfico.
Impacto no cenário cultural e político
Mais do que um filme, O Azarão é um símbolo de disputa narrativa. Ele se insere em um contexto onde arte e política se misturam cada vez mais, servindo como campo de batalha simbólico entre visões de mundo opostas.
Independentemente de sua qualidade artística, o longa deve gerar debates intensos sobre representação, ideologia e o papel do cinema na construção da memória coletiva.
Conclusão: um filme que promete dividir opiniões
Azarão ainda está longe de chegar às telas, mas já cumpre um papel importante: provocar discussão. Entre elogios e críticas, a obra promete reacender o debate sobre como figuras públicas são retratadas no cinema e até onde a arte pode ir sem se tornar panfleto.
Você acha que um filme pode mudar a percepção de um personagem político? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe o artigo nas redes sociais.
Perguntas Frequentes
Quem interpreta Jair Bolsonaro em Azarão?
O nome do ator que interpretará Jair Bolsonaro ainda não foi divulgado oficialmente pela produção.
O filme Azarão é uma produção brasileira ou americana?
Azarão é uma produção americana com gravações no Brasil e participação de atores brasileiros e estrangeiros.
O filme será lançado nos cinemas ou em streaming?
Ainda não há confirmação, mas a tendência é que seja distribuído por plataformas voltadas ao público conservador.
Quem dirige o filme Azarão?
O longa é dirigido por Cyrus Nowrasteh, cineasta americano-iraniano conhecido por dramas religiosos e políticos.
Quando Azarão deve ser lançado?
Embora a data oficial não tenha sido confirmada, especula-se que o lançamento ocorra em 2026, próximo ao período eleitoral.
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